Mês: março 2021
Atlas Irrigação, o Mapeamento de Áreas Irrigadas no Brasil
A ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – atualizou o Atlas Irrigação, um programa cujo objetivo é trazer um mapeamento das áreas irrigadas do Brasil.
Planejado em 2017 e lançado em 2018, o documento teve agora em 2021 a publicação de sua segunda edição e traz uma retrospectiva, um panorama atual e uma visão de futuro sobre a irrigação nacional, com foco no levantamento das áreas e produções agrícolas com irrigação, além do potencial de expansão.
Como o acervo levantado pela ANA é bem denso e oferece muita informação, fizemos uma síntese de todo o conteúdo e apresentamos cada frente do Atlas Irrigação: site oficial; Portal Snir (ambiente virtual) e documento em PDF.
Site Oficial Atlas Irrigação
No site oficial as informações sobre o atlas estão dispostas em seções que separam de forma clara a apresentação do programa e também dados técnicos sobre irrigação:
- Apresentação;
- O que é Irrigação?
- Áreas Irrigadas;
- Potencial de Expansão;
- Uso da Água;
- Polos de Irrigação:
- Downloads e Links.
Dentro destes tópicos há esclarecimentos bem didáticos que tornam fácil a compreensão da definição e importância da irrigação sistematizada e dos métodos mais utilizados (conforme descrito a seguir), reforçando sempre que o a escolha do sistema ideal para cada cultivo depende de uma série de fatores (terreno, clima, cultura etc.) e que por isso o projeto e o estudo prévio são fundamentais.
Irrigação por Superfície – neste método a água é disposta na superfície do solo e seu nível é controlado para aproveitamento das plantas. Ex.: sistema de irrigação por inundação ou sulcos;
Irrigação Subterrânea ou Subsuperficial – aqui a água é aplicada abaixo da superfície do solo, formando ou controlando o lençol freático na região em que pode ser aproveitada pelas raízes das plantas. Ex.: sistema por gotejamento subterrâneo (gotejamento enterrado);
Irrigação por Aspersão – o mais utilizado Brasil a fora, neste método a água é aplicada sob pressão acima do solo, por meio de aspersores ou orifícios, na forma de uma chuva artificial. Ex.: sistema de pivô central e sistema de carretel enrolador;
Irrigação Localizada ou Micro irrigação – consiste na aplicação em uma área bastante limitada, utilizando pequenos volumes de água, sob pressão, com alta frequência. Ex.: sistema de micro aspersão e sistema de gotejamento superficial.
Quanto aos tópicos de mapeamento das áreas irrigadas atualmente e potencial de crescimento, o acervo de informações do site usa da história do desenvolvimento da irrigação no Brasil, desde suas origens entre o fim do século XIX e o início do século XX, até os dias atuais, para explicar como a expansão acompanhou o crescimento da agricultura e fronteiras agrícolas.
Ainda nestes tópicos, o Atlas utiliza-se do recurso de um mapa municipal que destaca as 6 tipologias predominantes de áreas irrigadas nos municípios: arroz, café, cana irrigada, cana fertirrigada, culturas anuais em pivôs centrais, e outas culturas e sistemas.
É aqui também que temos um dos dados mais interessantes, a área total irrigada em todo território nacional. No total, são 8,2 milhões de hectares fertirrigados (2,9 Mha) e irrigados (5,3 Mha).
Com relação a chamada área adicional irrigável, ou seja, área com potencial para receber irrigação sistematizada, de acordo com o levantamento do Atlas e a disponibilidade atual de água, apenas 36% da área agrícola e 15% da área de pastagens poderiam ser convertidas em áreas irrigadas no Brasil.
Ainda segundo o estudo da ANA, o potencial irrigável efetivo é de 16,7 Mha e concentra-se nas regiões Centro-Oeste (45%), Sul (31%) e Sudeste (19%). Dentre os estados, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentam maior potencial de incremento das áreas irrigadas.
Mapas Dinâmicos e Interativos
Além de todo o conteúdo que já citamos, esta edição de 2021 do Atlas Irrigação trouxe também uma novidade, os mapas interativos. Nestes ambientes virtuais é possível realizar consultas especificas por estado e município visualizando as informações em indicadores e gráficos. Este portal permite a busca por camadas irrigadas, enquanto este outro sistema em tema escuro possibilita a procura por tipologias de irrigação.
Por fim vale mencionar que, para produzir todo este conteúdo vasto e gratuito, a ANA contou com auxílio e colaboração de parceiros que são verdadeiras referências do setor agrícola, como: Conab, Embrapa, Agrosatélite, IBGE, UFPR, ESALQ/USP, USGS (Serviço Geológico Americano) e MDR.
Quem quiser realizar uma leitura completa e mais detalhada do levantamento, poderá acessar este arquivo PDF com 66 páginas disponibilizado pelo Atlas Irrigação.
Embrapa Lançou Irrigador por Gotejamento Via Energia Solar
A Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – lançou no mercado nacional um irrigador por gotejamento alimentado via energia solar.
Desenvolvido por um grupo e liderado por um de seus pesquisadores, o método de irrigação trazido pelo equipamento é o de gotejamento, sendo indicado para áreas de jardim ou cultivos e produção agrícola de pequena escala.
Sua fabricação é realizada por uma empresa de São Carlos, no interior do estado de São Paulo, no entanto o irrigador pode ser montado pelo próprio produtor / usuário aproveitando materiais reciclados, como recipientes de vidro, metal e plástico.
Funcionamento, Estrutura e Montagem do Irrigador
Conforme explicações dos próprios pesquisadores que trabalharam no projeto, a ideia surgiu com base no princípio de usar o aquecimento solar como alimentação de sistema para dar o início as regas:
Esse dispositivo teria uma garrafa PET cuja metade de seu volume conteria água, uma bexiga preta dentro desta garrafa e um tubo plástico fixado à tampa e mergulhado na água. A bexiga receberia um volume de ar suficiente para ficar solta dentro da garrafa e boiando sobre a água. O Sol, ao iluminar a garrafa e a bexiga que se aqueceriam, aumentaria o volume, forçando a água a sair pelo tubo plástico e a jorrar para o meio exterior. Assim, tudo começou. Depois, simultaneamente, vieram os aperfeiçoamentos até atingir o estágio atual e a busca para entender todo o processo físico.
Quanto a estrutura, o irrigador solar é composto basicamente por 15 peças ou partes, descritas uma a uma a seguir e com numeração correspondentes a das imagens, para facilitar o entendimento e compreensão de cada uma delas:
- recipiente primário;
- funil de acoplamento ao recipiente (01);
- acoplador dos recipientes (01) e (04);
- recipiente secundário;
- duto de sucção;
- válvula;
- pressurizador ou bomba solar;
- tubo de escape do ar quente;
- acoplador dos recipientes (08) e (11);
- recipiente de saída;
- duto gotejador ou sifão duplo; ]
- válvula de saída do sifão (11); ]
- boia;
- garrafa coletora (distribuidor);
- duto de saída (A e B).
Já com relação a instalação, o Manual de Instruções de Montagem e de Funcionamento, disponível através deste arquivo em PDF, traz todo o passo a passo com todos os detalhes de como fazer preparação dos acopladores caseiros e do sistema feito com garrafas PET e de vidro.
É importante mencionar que o nível de água no recipiente deve sempre ser monitorado para que não diminua significativamente, o que pode decorrer no não funcionamento do sistema. Inclusive a recomendação para reservatórios maiores, como toneis, tanques ou bombonas, é para que seja instalada uma boia interna que se conecta a uma fonte de água encanada.
Interessados em adquirir o irrigador solar podem entrar diretamente em contato com o fabricante por meio do telefone de contato (16) 3419-6323. Quem quiser montar seu próprio equipamento com materiais reciclados deve seguir as orientações do manual e, em caso de dúvidas, poderá entrar ligar para o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) da Embrapa, no número (61) 3448-4433.
Tipos de Aspersor Para Irrigação de Gramado e Jardim
Os sistemas de rega trabalham basicamente com dois tipos de aspersores para irrigação de gramado e jardim, ambos chamados escamoteáveis (que saem do solo com a pressão da água e após finalizado tempo de rega retornam para debaixo da terra). Esses dois modelos são: o aspersor spray e o aspersor rotor. Conheça cada um deles a seguir, bem como suas diferenças e aplicação mais adequada.
Aspersor Spray
Os aspersores tipo spray são aqueles que aspergem a água de forma uniforme e constante no ângulo determinado pelo usuário (oferecem regulagem até 360º). Possuem rosca de ½” e trabalham dentro de uma faixa de pressão que normalmente varia de 1,0 a 4,5 bar (15 a 70 psi).
Também chamados de “bicos” na linguagem popular, têm compatibilidade com uma série de bocais, os quais determinam o raio (ou distância) que o aspersor vai lançar a água. O alcance varia de marca para marca, mas normalmente fica entre 1 a 7 metros dependendo do bocal.
O conjunto dos bocais, que deve ser adquirido à parte do aspersor, traz um pequeno filtro para reter partículas sólidas a fim de evitar o entupimento que pode prejudicar a distribuição da água e uniformidade da rega.
Dependendo da fabricante, há opções disponíveis em diferentes comprimentos do corpo do aspersor spray, medido em polegadas. Na marca Rain Bird por exemplo, que também comercializamos aqui na Agroclique, existem opções com corpos de 2” (5cm), 4” (7,5cm), 6” (12cm) e 12” (30cm), conforme imagem a seguir.
Aspersor Rotor
O aspersor do tipo rotor possui características diferentes em relação ao spray, especialmente no que diz respeito ao lançamento e distância do jato de água.
Neste emissor, o líquido é lançado em faixas e gira o “Pop Up“, que nada mais é do que aquela extensão no interior do aspersor que sobe com a pressão de água. Assim como no spray, pode ser regulado até 360°, de forma que quando é ajustado para ângulos menores, por exemplo 90°, o emissor gira até o limite do ângulo e depois volta.
O alcance deste tipo de aspersor é maior que o dos sprays, motivo pelo qual é recomendado para recortes de jardim maiores, com formatos retangulares ou quadrados e com pouca interferência no jato de água (árvores, arbustos ou plantas de maior porte). Inclusive esse é o tipo de aspersor utilizado em sistemas de irrigação de campos esportivos de Futebol, Rugby, Polo e Golf, por exemplo.
Apesar da variação entre as marcas, no geral os rotores possuem menor vazão de água (medida em Litros/hora) que os sprays, portanto oferecem um consumo menor/área e rendimento maior em relação a eles. A pressão de operação varia conforme os modelos/marcas, mas varia entre 1,7bar a 6,9 bar, neste último caso para os aspersores rotores de linhas de alto desempenho.
Outra informação importante de ressaltar é que, diferentemente da comercialização do modelo spray, no qual os bocais devem ser adquiridos a parte, os rotores já trazem uma “árvore de bocais” com diferentes numerações que variam conforme altura e distância do jato de água, para que o usuário possa escolher o mais adequado para cada ponto.
Diferentes Tipos de Aspersores Rotores
Dentro de uma mesma fabricante é comum haver vários modelos de aspersores rotores, justamente para atender as diferentes demandas: alguns com médio alcance, outros com cortina de chuva mais longa, modelos mais robustos etc. Para ter uma ilustrar melhor, separamos abaixo os principais rotores comercializados pela Rain Bird e suas aplicações:
- Rotor 3500: O rotor da Série 3500 é um rotor de curto a médio alcance acionado por embreagem com entrada de 1/2″. Indicado para recortes menores de jardim e/ou gramado (saiba mais);
- Rotor 5000 Plus: Indicado para sistemas de irrigação residenciais, comerciais e campos esportivos, com espaçamento entre aspersores podendo chegar a até 15,2 metros. A partir deste modelo a rosca já passa a ser de ¾” (veja descrição completa);
- Rotor 5000 Plus PRS: Mesmas características e aplicações do modelo 5000 Plus, com o diferencial de oferecer um regulador de pressão interno para garantir e promover o desempenho do bocal em locais em que há retorno de água e vazamentos quando utilizado o modelo convencional;
- Rotor Falcon 6504: Consiste no modelo da Rain Bird indicado especificamente para rega de campos desportivos: Futebol, Tênis, Rugby etc., além de grandes espaços verdes. O Falcon foi inclusive autorizado pela F.F.F. (Federação Francesa de Futebol) para instalação em áreas desportivas;
- Rotor 8005: Rotor de alta performance resistente a vandalismo e com longo alcance, podendo atingir jato de água com raio de até 24,7m. Indicado para áreas de gramado abertas, com dimensões maiores e áreas públicas.