Para o jornal NYT, operação “Carne Fraca” levanta dúvidas sobre agronegócio brasileiro
Um dos jornais mais importantes do mundo, o norte americano New York Times (NYT), ao se referir a operação da policia federal brasileira, que investiga 30 empresas do ramo de alimentos e que ficou conhecida como “carne fraca”, não se limitou à questionar a confiabilidade da exportação de carnes, estendendo as dúvidas para todo o agronegócio do Brasil.
Após mencionar a operação que investiga gigantes brasileiras, como BRF e JBS (duas das maiores exportadoras de carnes do mundo), acusadas de alteração de data de validades de carnes estragadas e utilização de produtos químicos para mascarar o mau cheiro e podridão, a reportagem mencionou as possíveis repercussões em todo o setor do agronegócio. De acordo com o jornal , o escândalo “lança dúvidas sobre a indústria do agronegócio no Brasil, um pilar relativamente firme da fraca economia do país”.
O NYT vai mais adiante, afirmando que a operação deflagrada na ultima sexta-feira, dia 17 de março, representa mais um “golpe” na economia do Brasil, que tem “lutado para se recuperar de escândalos colossais na Petrobras, a companhia nacional do petróleo, e na Odebrecht, uma construtora gigante.”
Nesta segunda-feira, dia 20, o presidente Michel Temer saiu em defesa da fiscalização brasileira. De acordo com Temer, o agronegócio no Brasil não pode ser desvalorizado por um “pequeno núcleo” e por uma “coisa que será menor”.
O agronegócio para nós no Brasil é uma coisa importantíssima e não pode ser desvalorizado por um pequeno núcleo, uma coisa que será menor, apurável, fiscalizável, punível, se for o caso, mas não pode comprometer todo o sistema que nós montamos ao longo dos anos.
afirmou o presidente brasileiro.
Apesar da fala de Temer e de diversas reuniões realizadas com embaixadores de países que importam carnes do Brasil, a União Europeia já anunciou que proibirá a importação de produtos de todas as empresas investigadas na operação. Além disso, China, Coreia do Sul e Chile também anunciaram restrições temporárias a diversos produtos brasileiros.