🌿🕚🌷 Quanto Tempo de Rega Programar na Irrigação de Jardim?
Recentemente publicamos aqui no site uma matéria sobre o horário ideal de rega para programação num sistema para sistema de irrigação automático para paisagismo (veja aqui). Neste artigo vamos complementar o tema tratando de uma dúvida comum: o tempo de rega (duração).
Primeiramente vale mencionar que o tempo das regas depende de uma série de fatores, sendo que entre eles podemos destacar: necessidade hídrica das diferentes plantas e também o tipo de irrigação utilizado em cada setor, uma vez que a vazão, medida em L/h ou m³/h, varia muito num sistema de gotejamento para outro de aspersão, por exemplo. Desta forma, vamos abordar os tempos de rega em tópicos, de acordo com as metodologias de irrigação mais usadas em sistemas residenciais e/ou comerciais.
Aspersão
Os setores de aspersão usam emissores com alta vazão, como o Aspersor Rotor 5004 Plus Rain Bird, chegando a 218 L/h. Direcionados a gramados e forrageiras como a grama amendoim, esses setores têm programação de rega diária de até 10 minutos, podendo ser dividida em dois períodos. Em áreas com menos luz solar, a rega pode ser de 2 a 3 minutos, três a quatro vezes por semana. É crucial ajustar a programação conforme a reação das plantas e as mudanças climáticas.
Microaspersão
A microaspersão, semelhante à aspersão, irriga de forma mais localizada com gotículas de água uniformes, ideal para forragens em irrigações residenciais e hortas, e vem se tornando cada vez mais comum. Assim como a aspersão, a microaspersão requer vazão maior, com tempos de rega reduzidos, geralmente de 5 a 10 minutos/dia. A duração precisa depende do perfil de consumo hídrico e resposta das plantas.
Gotejamento Superficial
O sistema de gotejamento superficial irriga as plantas na raiz, formando bulbos. Com vazão baixa, como o Tubo Gotejador Bob Drip Marrom, oferecemos 2.3L/h em cada emissor, com orifícios a cada 20cm ou 30cm. Esse método é ideal para canteiros e plantas que não requerem água nas folhas. O tempo de irrigação varia de 30 a 50 minutos por rega.
Painel ou Jardim Vertical
O painel vertical, embora muitas vezes se enquadre na irrigação localizada por gotejamento, requer atenção especial devido à quantidade reduzida de água necessária devido aos vasos ou “calhas” com volume menor de terra. Geralmente, a programação para irrigação de parede verde não excede 5 minutos por rega, com possíveis regas múltiplas por dia, algumas até mais curtas (2-3 min/rega). Por isso, os sistemas de irrigação para paisagismo frequentemente têm um setor específico dedicado ao jardim vertical.
Conclusão
Após entender os tempos de rega para cada tipo de irrigação, é essencial usar essas informações como guia para programar a rega. No entanto, é crucial revisar e ajustar regularmente os tempos de rega conforme necessário. Observar as plantas com frequência é fundamental para identificar áreas encharcadas ou secas e fazer ajustes conforme necessário. Além disso, é importante considerar as mudanças climáticas sazonais, como períodos de chuva, insolação e estiagem.
Governo Publicou Medida Provisória Contra Crise Hídrica 💧
A Medida Provisória, concedendo poderes excepcionais ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, visa enfrentar a crise hídrica e energética. Com reservatórios no sudeste em apenas 30,2% de capacidade, o foco está na economia de energia. Um programa voluntário com a indústria está sendo desenvolvido para deslocar o consumo para horários de menor demanda. O SIN já havia sinalizado emergência hídrica na região da Bacia do Paraná, responsável por mais de 50% do armazenamento de água para geração hidrelétrica.
Nesse sentido, o MP prevê a formação de um comitê para avaliar e decidir sobre as ações propostas. Além do ministro de MME, inclui os ministros do Desenvolvimento Regional, Agricultura, Meio Ambiente, Infraestrutura e Economia. De acordo com o MME, o período de setembro/2020 a maio/2021 registrou a pior afluência para o SIN desde 1931. A perspectiva de chuvas significativas é baixa, comum em períodos de estiagem nesta época do ano em várias regiões do Brasil.
Crise Hídrica Afeta Irrigação e Agricultura
Acima de tudo, as consequências da crise hídrica e as novas determinações da MP do Governo Federal já afetam os setores de abastecimento e agricultura, incluindo os sistemas de irrigação, especialmente na Complexo Regional Centro-Sul (RS, SC, PR, SP, RJ, ES, MS, GO e partes dos estados de TO e MG).
Em contrapartida, isso gerou repercussão negativa e reclamação por parte de diversos setores que compõem o agronegócio, especialmente pela insegurança de não ter segurança e definição do que vai acontecer com safras em andamento.
Contudo, vale reforçar, conforme o Atlas Irrigação publicado frequentemente (acesse aqui), que atualmente a irrigação é responsável por cerca de mais de 60% do consumo de água. Além da agricultura, temos a agropecuária, que gera uma demanda que gira em torno 10%. Justamente o fato de ser a vertente que mais despende recursos hídricos é o principal motivo pelo qual os envolvidos cobram medidas neste sentido também, não visando apenas o racionamento para garantir o abastecimento energético.
Fonte: CNN Brasil
Dicas de Testes Para Automação de Irrigação de Jardim
Esse artigo é para você que possui um sistema de irrigação automático de jardim e, vez em quando, fica em dúvida sobre o seu ideal funcionamento no que diz respeito a parte de automação. Confira cada uma delas e coloque em prática na sua rotina de acompanhamento da irrigação.
- Entenda como funciona seu controlador: Também conhecidos como temporizadores, estes aparelhos consistem no “cérebro” do sistema. Existem diferentes tipos de controladores, desde os modelos de torneira para sistemas mais simples, com um setor apenas, até os que possuem duas ou mais estações, podendo chegar a até 48 em alguns que são modulares. O importante aqui é conhecer as funções básicas, comum a todos, como deixar o automático ativo ou desativado (off), realizar testes manuais em todas ou em cada estação, alterar dados como data, hora e a programação (dias da semana x tempo de rega x número regas diárias). Para informações mais avançadas ou específicas, aí vale a pena consultar os manuais, caso não possua, podem ser facilmente encontrados na internet, nos próprios sites dos fabricantes;
- Observe o sensor de chuva: Como sua função é impedir o acionamento da irrigação durante a chuva ou logo após pancadas mais intensas, muitas vezes o “não funcionamento” da irrigação deve-se a ação correta do sensor de chuva. Para saber se o equipamento está realmente inibindo o sistema, basta observar o display do controlador no horário que seria o de um turno de rega, deve aparecer a imagem do aspersor irrigando com um “X” ou o desenho do sensor. Já para testar a função do sensor basta realizar um start manual no sistema e pressionar uma espécie de pino na parte de cima do sensor, se tudo correr normalmente a irrigação deve parar e isso deve aparecer no visor do controlador.
- Faça testes manuais em cada setor: Este é o procedimento básico mais prático para se detectar problemas na automação de um sistema de irrigação. Os controladores trazem o recurso de teste manual para todos os setores, tanto todos em sequência quanto um a um de forma independente. Isso permite logicamente testar também as válvulas elétricas, cuja solenoide recebe o impulso elétrico do “cérebro” e abre no horário e duração definidos pela programação (esquema imagem). Desta forma, para um temporizador de 4 saídas por exemplo, esse teste permite facilmente checar todas as válvulas. Os problemas mais comuns nesses casos são de setores que não funcionam quando acionados (válvula não abre) ou acionando concomitantemente com outras estações, que identifica que a válvula solenoide está abrindo mesmo quando não recebe o comando. Em qualquer um destes diagnósticos, o passo seguinte é procurar por uma empresa especializada e explicar o problema/agendar uma visita técnica para verificar uma solução.
- Altere a programação e realize um teste final: Mesmo com o funcionamento ok de todos os setores nos testes manuais, é super válido e recomendado um teste geral da automação, que nada mais é montar uma programação e colocá-la para rodar na sequência e observar se todos os setores funcionam normalmente. Para agilizar e tornar prático este teste basta colocar a programação para iniciar poucos instantes e registrar um tempo de rega de no máximo 2 minutos por setor. Se houver falhas ou comportamentos diferentes do previsto na programação, como um setor ser acionado por exemplo, então o problema será identificado.
- Reset do controlador: Muitas vezes problemas como o exemplo ilustrado no tópico anterior podem ser resolvidos através do “reset” do controlador. Em muitos modelos, como o modular ESP-4ME da Rain Bird, basta pressionar um botão que normalmente fica atrás do aparelho. Vale mencionar, no entanto, que nem todos os controladores podem ser zerados, sendo necessário consultar o manual ou o próprio fabricante.
- Acompanhe e revise constantemente a programação: Última e não menos importante dica deste artigo é acompanhar e revisar constantemente a programação, não apenas para detectar problemas, mas também para promover as alterações e readequações necessárias conforme a necessidade hídrica das plantas nas diferentes estações do ano. Vale a pena aqui conferir nossa matéria sobre horário ideal de rega.
Codevasf Investe Mais de R$ 2 Mi em Kits de Irrigação no AL
A Codevasf – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – investe mais de R$ 2 milhões de reais em kits de irrigação no Alagoas, especialmente para famílias de pequenos agricultores e produtores rurais.
Conforme explicado pela Companhia e descrito pela fonte desta matéria, os kits disponibilizados aos produtores contemplam a metodologia de irrigação por gotejamento para áreas de meio a um hectare (5.000m² a 10.000m²). Trata-se do Kif Net – Kit de Irrigação Familiar da Netafim, tradicional fabricante israelense, sendo completos, compostos pelos seguintes itens:
- Reservatório: para armazenamento de água e alimentação do sistema;
- Filtro: para “limpeza” da água, de forma a evitar que partículas sólidas em suspensão cheguem as linhas de irrigação e causem entupimento nos do gotejo;
- Tubos gotejadores: emissores propriamente ditos, com orifícios em espaçamento constante (ex.: a cada 20cm, 30cm etc.) e com vazão pré-definida e igual em cada emissor;
- Conexões: consistem nos joelhos, tes, emendas e adaptadores para que os produtores possam moldar os tubos de gotejadores entre as linhas de produção e em seus contornos, além de fazerem as devidas manutenções e/ou ajustes quando necessário.
Conforme declaração de Joãozinho Pereira, responsável pela Superintendência Regional da Codevasf em Alagoas, com utilização da rega sistematizada através dos kits de gotejamento essas famílias podem atingir um aumento de até 50% da produção nas respectivas culturas:
Com os kits de irrigação, apostamos no aumento da renda familiar por meio do crescimento da produtividade com uso da tecnologia de irrigação.
Mesmo na atual situação financeira crítica dos estados e munícipios com este cenário de pandemia que enfrentamos desde 2020, o encaminhamento da verba proveniente da OGU – Orçamento Geral da União – para a Coevasf foi possível por meio de emendas parlamentares, que nada mais são que mudanças no orçamento anual realizadas diretamente por deputados e senadores.
A expectativa da Codevasf é de entregar mais de 600 kits até o fim da ação, que faz parte do Programa de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável da Cia, atendendo as determinações da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR).
De acordo com dados divulgados pela própria Companhia, no ano passado (2020) foi investido R$ 1,5 milhão na compra dos materiais para composição de 275 kits, que foram entregues para produtores localizados nas cidades de Maragogi, Boca da Mata, Feira Grande, Atalaia, Limoeiro do Anadia, Campo Alegre e Flexeiras.
A previsão agora é que até o fim de 2021 mais 380 kits de irrigação por gotejamento sejam distribuídos, sendo 159 somente a famílias residentes no município de Junqueiro (AL), enquanto os outro 221 restantes serão direcionados a outras localidades do interior do estado, de acordo com a demanda.
Fonte: diarioarapiraca.com.br
Por que Dividir o Sistema de Irrigação em Setores (Jardim)?
Quando se fala de sistema de irrigação de jardim, independente de ser automático ou manual, é comum ouvir dizer que o mesmo é dividido em n setores. Também chamados de “estações“, esses setores nada mais são do que partes da irrigação que muitas vezes possuem características e consequentemente demandas hídricas diferenciadas.
No layout ilustrado a seguir, de um projeto para sistema de irrigação residencial, é possível distinguir facilmente as diferentes partes, setores ou estações de acordo com os distintos modelo de aspersor (cores) disponíveis:
Mas por que fragmentar um sistema de irrigação e seções? Qual a vantagem ou benefício de se fazer essa segmentação? Veja as respostas a essas dúvidas e compreenda melhor esta prática na sequência deste arquivo.
Redução dos Custos no Conjunto Moto Bomba
Imagine um sistema de aspersão composto por um total de 20 aspersores do mesmo modelo, para facilitar a compreensão. De maneira mais simplista, somando a vazão de todos os emissores e conhecendo-se também a sua pressão de trabalho, é possível determinar a demanda do bombeamento desta irrigação. Porém se for dimensionar um motor para bombear água para todo o sistema de uma vez só, o projetista certamente vai se deparar com um modelo muito caro. Já dividindo esse sistema em 4 setores de 5 aspersores, por exemplo, a vazão e pressão necessárias para tocar um setor por vez será atendida por um modelo de moto bomba menos potente, menor e que, portanto, ocupe menos e espaço e tenha um custo reduzido.
Respeitar as Diferentes Demandas Hídricas
Outro benefício importantíssimo na setorização de um sistema de irrigação automático, especialmente quando se trata de paisagismo, é respeitar as distintas necessidades hídricas de cada espécie. Em muitos projetos, como o da imagem no início do texto, há diversas plantas diferentes em cada ponto ou recorte do jardim, de forma que se tivéssemos um sistema que é tocado de uma só vez o tempo de rega seria igual para todas as plantas, algo que não faz o menor sentido pois sabemos que as demandas por água são diferentes.
Nesse caso a setorização (juntamente com o controlador que faz a automação) se torna fundamental à medida que flexibiliza o sistema e permite deixar diferentes estações com diferentes programações de rega. Assim, pode-se programar a irrigação de um setor que tenha somente gramado com duração e dias de rega diferentes de outro que possua arbustos ou canteiro, por exemplo.
E as possibilidades vão mais além, pois ainda há inclusive a opção de trabalhar com diferentes tipos de sistemas de irrigação em diferentes estações, como um setor específico de gotejamento para jardim ou painel vertical e/ou de micro aspersão para horta, entre outros.
Reservatório ou Alimentação de Água Limitada
Outro ponto em que a divisão da irrigação em setores pode ajudar, inclusive viabilizar o sistema, é do ponto de vista da alimentação de água. Muitas vezes a cisterna ou reservatório não tem o volume necessário para atender a uma sessão de rega do sistema e, ainda que este tanque seja alimentado por água da rua ou poço, há casos que o abastecimento não ocorre no mesmo ritmo do esvaziamento.
Para ilustrar, acompanhe este caso. Um sistema com 6 estações tem programação diária de 5 minutos para cada setor, com uma vazão total de 10 m³/h (10.000 litros por hora). Na programação deste exemplo, o sistema irá funcionar por 30 minutos e, portanto, consumir metade do volume de sua vazão, ou seja, 5.000 litros. Se o reservatório for de 4 mil litros, ele não dará conta de alimentar a irrigação de forma contínua. No entanto, se esta irrigação tiver 2 ou mais setores, poderá ser programada de forma que metade deles seja acionada num primeiro momento e o restante, no mesmo dia, depois que o reservatório estiver abastecido novamente. É claro que isso depende do fluxo do abastecimento, mas isso será conhecido pelo usuário.
Essas são as principais vantagens/benefícios decorrentes da setorização de um sistema de irrigação. Já a quantidade ideal ou mais adequada de estações de um determinado sistema depende de diversos fatores, que vão desde as características do local, relação custo benefício, perfil do paisagismo e também do gosto/interesse do proprietário, devendo ser definido no projeto.
Lançado Programa de Incentivo a Irrigação no Nordeste
O Governo Federal, através de parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Banco do Nordeste, lançou nesta quinta-feira (29) um programa de incentivo a irrigação no Nordeste. Chamado Profinor – Programa de Fomento à Agricultura Irrigada no Nordeste, o projeto também promete atender o norte do estado de Minas Gerais e o norte do Espírito Santo.
Sua criação deve proporcionar, aos pequenos e médios produtores rurais de propriedades localizadas nessas regiões, acesso ao recurso da irrigação sistematizada através de financiamentos com condições flexibilizadas e taxas acessíveis, conforme discurso da atual Ministra da Agricultura Tereza Cristina:
O Nordeste tem um enorme potencial agropecuário, mas que é limitado pelas suas dificuldades hídricas. Historicamente, essa região tem sofrido muito com esses problemas que atingem também o norte dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, prejudicando, sobremaneira, os produtores rurais dessas regiões, especialmente aqueles pequenos e médios produtores, cujos recursos são escassos.
O objetivo principal do programa é promover e fomentar, de forma sustentável, a ampliação da área irrigada no Brasil e em especial na Região Nordeste, que hoje corresponde a 26% deste total. Confira suas principais metas para os próximos anos:
- Financiamento de R$ 900 milhões somente para irrigação entre 2021 e 2024;
- Regularização fundiária de 150 mil propriedades;
- Incremento de 80 mil hectares irrigados entre 2021 e 2024;
- Reconversão de 8 mil hectares por meio do financiamento do novo sistema de irrigação.
Para executar esse planejamento o MAPA desenvolve suas estratégias e ações sempre em consonância com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que é o órgão competente responsável, na esfera federal, por implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos. Vale mencionar aqui inclusive o Atlas Irrigação, acervo único lançado recentemente pelo agência e que traz um mapeamento completo da área irrigada em todo território nacional.
Política Nacional de Irrigação
O Profinor vem de encontro a Política Nacional de Irrigação definida em projeto de Lei Nº 12.787 de 11 de janeiro de 2013, e que, entre outros pontos, apoia-se principalmente nos seguintes princípios:
- uso e manejo sustentável dos solos e dos recursos hídricos destinados à irrigação;
- integração com as políticas setoriais de recursos hídricos, de meio ambiente, de energia, de saneamento ambiental, de crédito e seguro rural e seus respectivos planos, com prioridade para projetos cujas obras possibilitem o uso múltiplo dos recursos hídricos;
- articulação entre as ações em irrigação das diferentes instâncias e esferas de governo e entre estas e as ações do setor privado;
- gestão democrática e participativa dos Projetos Públicos de Irrigação com infraestrutura de irrigação de uso comum, por meio de mecanismos a serem definidos em regulamento;
- prevenção de endemias rurais de veiculação hídrica.
Qual Horário de Rega Ideal Para Sistema de Irrigação?
Neste artigo, direcionado exclusivamente para quem possui irrigação de jardim / paisagismo, vamos tratar de assunto importante, mas que muitas pessoas desconhecem: o horário ideal de rega para o sistema de irrigação automático.
Antes de mais nada é preciso entender que a programação do controlador ou temporizador – aparelho que faz a automação e no qual são definidos os horários, dias e tempos de rega – deve ser dinâmica. Ou seja, sempre devemos acompanhar a programação e revê-la, pelo menos uma vez ao mês, para adaptá-la de acordo com as mudanças climáticas, períodos de chuva ou estiagem etc.
Posto isso, vamos diretamente ao tema desta matéria: o horário das regas. O mais interessante, visando o estímulo da fotossíntese e consequente otimização da absorção de nutriente pelos vegetais, é que a rega ocorra no início do dia e/ou fim de tarde, especialmente ao amanhecer.
Nos casos dos setores em que há programação para somente uma por dia de irrigação, a preferência deve ser pelo período da manhã, ficando o horário do fim de tarde (entre 17h – 19h) como uma alternativa para uma segunda rega do dia.
Confira a seguir as principais vantagens e entenda o porquê pela opção da rega logo no início do dia:
- Absorção logo no início do dia, permitindo a água drenar e escoar para raiz das plantas / gramado antes que haja maior exposição ao período de sol forte;
- Como o metabolismo desses seres vivos trabalha de forma diretamente proporcional a luminosidade que recebem, portanto maior será sua atividade quanto maior a radiação solar, a irrigação logo cedo permitirá melhor rendimento ao proporcionar as condições necessárias ao estímulo da fotossíntese;
- Para aqueles que possuem setores de aspersão em algumas estações ou em todo o sistema de irrigação, o horário de start no início do dia fica mais prático uma vez que praticamente não há trânsito de prestadores ou até mesmo dos proprietários pelo jardim, evitando risco do jato de água dos aspersores spray ou rotores atingir as pessoas ou deixar passagens em alvenaria molhadas / úmidas.
Porque Evitar Horários com Sol Mais Intenso?
Pelas recomendações fica claro que os períodos de sol muito forte devem ser evitados, principalmente por dois motivos:
- Temperaturas mais altas fazem com que a água evapore rapidamente, antes mesmo que a chegue com abundância na raiz e o organismo possa suprir toda sua demanda hídrica;
- O sol a pino pode queimar as folhas das plantas. Isso acontece porque a gotícula pode causar uma espécie de lupa.
Outros Pontos Importantes a Se Considerar
Conforme explicado no início do artigo, a programação deve ser revista frequentemente a fim de ser sempre ajustada para melhor atender a demanda de água das plantas.
Vale mencionar aqui que se deve atentar não apenas aos horários e acionamento da irrigação, mas também ao tempo de duração das regas. Assim como um tempo reduzido refletirá no vigor das plantas, o excesso de água (duração muito longa) pode dificultar a oxigenação e contribuir para o aparecimento de fungos e doenças. Nos setores de que utilizam o método por gotejamento, além da própria aparência das plantas, uma boa prática para verificar se o tempo de irrigação está adequado é colocar os dedos na terra (afundar até cerca de 10 cm) para verificar se está muito seca ou encharcada para então decidir alterar ou não a duração da rega..
Por fim vale destacar que, como normalmente os sistemas de irrigação residenciais são dimensionados em 2 ou mais setores, cada um deve ter programação com dias, horas de início e tempos de rega independentes. Mesmo assim, a irrigação pode respeitar o mesmo horário de início diário independente do setor, de forma que o controlador faz com que as válvulas sejam acionadas em sequência (válvula 1, válvula 2, 3 e assim sucessivamente).
Atlas Irrigação, o Mapeamento de Áreas Irrigadas no Brasil
A ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – atualizou o Atlas Irrigação, um programa cujo objetivo é trazer um mapeamento das áreas irrigadas do Brasil.
Planejado em 2017 e lançado em 2018, o documento teve agora em 2021 a publicação de sua segunda edição e traz uma retrospectiva, um panorama atual e uma visão de futuro sobre a irrigação nacional, com foco no levantamento das áreas e produções agrícolas com irrigação, além do potencial de expansão.
Como o acervo levantado pela ANA é bem denso e oferece muita informação, fizemos uma síntese de todo o conteúdo e apresentamos cada frente do Atlas Irrigação: site oficial; Portal Snir (ambiente virtual) e documento em PDF.
Site Oficial Atlas Irrigação
No site oficial as informações sobre o atlas estão dispostas em seções que separam de forma clara a apresentação do programa e também dados técnicos sobre irrigação:
- Apresentação;
- O que é Irrigação?
- Áreas Irrigadas;
- Potencial de Expansão;
- Uso da Água;
- Polos de Irrigação:
- Downloads e Links.
Dentro destes tópicos há esclarecimentos bem didáticos que tornam fácil a compreensão da definição e importância da irrigação sistematizada e dos métodos mais utilizados (conforme descrito a seguir), reforçando sempre que o a escolha do sistema ideal para cada cultivo depende de uma série de fatores (terreno, clima, cultura etc.) e que por isso o projeto e o estudo prévio são fundamentais.
Irrigação por Superfície – neste método a água é disposta na superfície do solo e seu nível é controlado para aproveitamento das plantas. Ex.: sistema de irrigação por inundação ou sulcos;
Irrigação Subterrânea ou Subsuperficial – aqui a água é aplicada abaixo da superfície do solo, formando ou controlando o lençol freático na região em que pode ser aproveitada pelas raízes das plantas. Ex.: sistema por gotejamento subterrâneo (gotejamento enterrado);
Irrigação por Aspersão – o mais utilizado Brasil a fora, neste método a água é aplicada sob pressão acima do solo, por meio de aspersores ou orifícios, na forma de uma chuva artificial. Ex.: sistema de pivô central e sistema de carretel enrolador;
Irrigação Localizada ou Micro irrigação – consiste na aplicação em uma área bastante limitada, utilizando pequenos volumes de água, sob pressão, com alta frequência. Ex.: sistema de micro aspersão e sistema de gotejamento superficial.
Quanto aos tópicos de mapeamento das áreas irrigadas atualmente e potencial de crescimento, o acervo de informações do site usa da história do desenvolvimento da irrigação no Brasil, desde suas origens entre o fim do século XIX e o início do século XX, até os dias atuais, para explicar como a expansão acompanhou o crescimento da agricultura e fronteiras agrícolas.
Ainda nestes tópicos, o Atlas utiliza-se do recurso de um mapa municipal que destaca as 6 tipologias predominantes de áreas irrigadas nos municípios: arroz, café, cana irrigada, cana fertirrigada, culturas anuais em pivôs centrais, e outas culturas e sistemas.
É aqui também que temos um dos dados mais interessantes, a área total irrigada em todo território nacional. No total, são 8,2 milhões de hectares fertirrigados (2,9 Mha) e irrigados (5,3 Mha).
Com relação a chamada área adicional irrigável, ou seja, área com potencial para receber irrigação sistematizada, de acordo com o levantamento do Atlas e a disponibilidade atual de água, apenas 36% da área agrícola e 15% da área de pastagens poderiam ser convertidas em áreas irrigadas no Brasil.
Ainda segundo o estudo da ANA, o potencial irrigável efetivo é de 16,7 Mha e concentra-se nas regiões Centro-Oeste (45%), Sul (31%) e Sudeste (19%). Dentre os estados, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentam maior potencial de incremento das áreas irrigadas.
Mapas Dinâmicos e Interativos
Além de todo o conteúdo que já citamos, esta edição de 2021 do Atlas Irrigação trouxe também uma novidade, os mapas interativos. Nestes ambientes virtuais é possível realizar consultas especificas por estado e município visualizando as informações em indicadores e gráficos. Este portal permite a busca por camadas irrigadas, enquanto este outro sistema em tema escuro possibilita a procura por tipologias de irrigação.
Por fim vale mencionar que, para produzir todo este conteúdo vasto e gratuito, a ANA contou com auxílio e colaboração de parceiros que são verdadeiras referências do setor agrícola, como: Conab, Embrapa, Agrosatélite, IBGE, UFPR, ESALQ/USP, USGS (Serviço Geológico Americano) e MDR.
Quem quiser realizar uma leitura completa e mais detalhada do levantamento, poderá acessar este arquivo PDF com 66 páginas disponibilizado pelo Atlas Irrigação.
Embrapa Lançou Irrigador por Gotejamento Via Energia Solar
A Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – lançou no mercado nacional um irrigador por gotejamento alimentado via energia solar.
Desenvolvido por um grupo e liderado por um de seus pesquisadores, o método de irrigação trazido pelo equipamento é o de gotejamento, sendo indicado para áreas de jardim ou cultivos e produção agrícola de pequena escala.
Sua fabricação é realizada por uma empresa de São Carlos, no interior do estado de São Paulo, no entanto o irrigador pode ser montado pelo próprio produtor / usuário aproveitando materiais reciclados, como recipientes de vidro, metal e plástico.
Funcionamento, Estrutura e Montagem do Irrigador
Conforme explicações dos próprios pesquisadores que trabalharam no projeto, a ideia surgiu com base no princípio de usar o aquecimento solar como alimentação de sistema para dar o início as regas:
Esse dispositivo teria uma garrafa PET cuja metade de seu volume conteria água, uma bexiga preta dentro desta garrafa e um tubo plástico fixado à tampa e mergulhado na água. A bexiga receberia um volume de ar suficiente para ficar solta dentro da garrafa e boiando sobre a água. O Sol, ao iluminar a garrafa e a bexiga que se aqueceriam, aumentaria o volume, forçando a água a sair pelo tubo plástico e a jorrar para o meio exterior. Assim, tudo começou. Depois, simultaneamente, vieram os aperfeiçoamentos até atingir o estágio atual e a busca para entender todo o processo físico.
Quanto a estrutura, o irrigador solar é composto basicamente por 15 peças ou partes, descritas uma a uma a seguir e com numeração correspondentes a das imagens, para facilitar o entendimento e compreensão de cada uma delas:
- recipiente primário;
- funil de acoplamento ao recipiente (01);
- acoplador dos recipientes (01) e (04);
- recipiente secundário;
- duto de sucção;
- válvula;
- pressurizador ou bomba solar;
- tubo de escape do ar quente;
- acoplador dos recipientes (08) e (11);
- recipiente de saída;
- duto gotejador ou sifão duplo; ]
- válvula de saída do sifão (11); ]
- boia;
- garrafa coletora (distribuidor);
- duto de saída (A e B).
Já com relação a instalação, o Manual de Instruções de Montagem e de Funcionamento, disponível através deste arquivo em PDF, traz todo o passo a passo com todos os detalhes de como fazer preparação dos acopladores caseiros e do sistema feito com garrafas PET e de vidro.
É importante mencionar que o nível de água no recipiente deve sempre ser monitorado para que não diminua significativamente, o que pode decorrer no não funcionamento do sistema. Inclusive a recomendação para reservatórios maiores, como toneis, tanques ou bombonas, é para que seja instalada uma boia interna que se conecta a uma fonte de água encanada.
Interessados em adquirir o irrigador solar podem entrar diretamente em contato com o fabricante por meio do telefone de contato (16) 3419-6323. Quem quiser montar seu próprio equipamento com materiais reciclados deve seguir as orientações do manual e, em caso de dúvidas, poderá entrar ligar para o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) da Embrapa, no número (61) 3448-4433.
Tipos de Aspersor Para Irrigação de Gramado e Jardim
Os sistemas de rega trabalham basicamente com dois tipos de aspersores para irrigação de gramado e jardim, ambos chamados escamoteáveis (que saem do solo com a pressão da água e após finalizado tempo de rega retornam para debaixo da terra). Esses dois modelos são: o aspersor spray e o aspersor rotor. Conheça cada um deles a seguir, bem como suas diferenças e aplicação mais adequada.
Aspersor Spray
Os aspersores tipo spray são aqueles que aspergem a água de forma uniforme e constante no ângulo determinado pelo usuário (oferecem regulagem até 360º). Possuem rosca de ½” e trabalham dentro de uma faixa de pressão que normalmente varia de 1,0 a 4,5 bar (15 a 70 psi).
Também chamados de “bicos” na linguagem popular, têm compatibilidade com uma série de bocais, os quais determinam o raio (ou distância) que o aspersor vai lançar a água. O alcance varia de marca para marca, mas normalmente fica entre 1 a 7 metros dependendo do bocal.
O conjunto dos bocais, que deve ser adquirido à parte do aspersor, traz um pequeno filtro para reter partículas sólidas a fim de evitar o entupimento que pode prejudicar a distribuição da água e uniformidade da rega.
Dependendo da fabricante, há opções disponíveis em diferentes comprimentos do corpo do aspersor spray, medido em polegadas. Na marca Rain Bird por exemplo, que também comercializamos aqui na Agroclique, existem opções com corpos de 2” (5cm), 4” (7,5cm), 6” (12cm) e 12” (30cm), conforme imagem a seguir.
Aspersor Rotor
O aspersor do tipo rotor possui características diferentes em relação ao spray, especialmente no que diz respeito ao lançamento e distância do jato de água.
Neste emissor, o líquido é lançado em faixas e gira o “Pop Up“, que nada mais é do que aquela extensão no interior do aspersor que sobe com a pressão de água. Assim como no spray, pode ser regulado até 360°, de forma que quando é ajustado para ângulos menores, por exemplo 90°, o emissor gira até o limite do ângulo e depois volta.
O alcance deste tipo de aspersor é maior que o dos sprays, motivo pelo qual é recomendado para recortes de jardim maiores, com formatos retangulares ou quadrados e com pouca interferência no jato de água (árvores, arbustos ou plantas de maior porte). Inclusive esse é o tipo de aspersor utilizado em sistemas de irrigação de campos esportivos de Futebol, Rugby, Polo e Golf, por exemplo.
Apesar da variação entre as marcas, no geral os rotores possuem menor vazão de água (medida em Litros/hora) que os sprays, portanto oferecem um consumo menor/área e rendimento maior em relação a eles. A pressão de operação varia conforme os modelos/marcas, mas varia entre 1,7bar a 6,9 bar, neste último caso para os aspersores rotores de linhas de alto desempenho.
Outra informação importante de ressaltar é que, diferentemente da comercialização do modelo spray, no qual os bocais devem ser adquiridos a parte, os rotores já trazem uma “árvore de bocais” com diferentes numerações que variam conforme altura e distância do jato de água, para que o usuário possa escolher o mais adequado para cada ponto.
Diferentes Tipos de Aspersores Rotores
Dentro de uma mesma fabricante é comum haver vários modelos de aspersores rotores, justamente para atender as diferentes demandas: alguns com médio alcance, outros com cortina de chuva mais longa, modelos mais robustos etc. Para ter uma ilustrar melhor, separamos abaixo os principais rotores comercializados pela Rain Bird e suas aplicações:
- Rotor 3500: O rotor da Série 3500 é um rotor de curto a médio alcance acionado por embreagem com entrada de 1/2″. Indicado para recortes menores de jardim e/ou gramado (saiba mais);
- Rotor 5000 Plus: Indicado para sistemas de irrigação residenciais, comerciais e campos esportivos, com espaçamento entre aspersores podendo chegar a até 15,2 metros. A partir deste modelo a rosca já passa a ser de ¾” (veja descrição completa);
- Rotor 5000 Plus PRS: Mesmas características e aplicações do modelo 5000 Plus, com o diferencial de oferecer um regulador de pressão interno para garantir e promover o desempenho do bocal em locais em que há retorno de água e vazamentos quando utilizado o modelo convencional;
- Rotor Falcon 6504: Consiste no modelo da Rain Bird indicado especificamente para rega de campos desportivos: Futebol, Tênis, Rugby etc., além de grandes espaços verdes. O Falcon foi inclusive autorizado pela F.F.F. (Federação Francesa de Futebol) para instalação em áreas desportivas;
- Rotor 8005: Rotor de alta performance resistente a vandalismo e com longo alcance, podendo atingir jato de água com raio de até 24,7m. Indicado para áreas de gramado abertas, com dimensões maiores e áreas públicas.