Falta de Chuva Castiga Canaviais na Zona da Mata de Pernambuco
A seca, que atinge Pernambuco e que tornou as chuvas raras na região desde junho de 2016, vem castigando a plantação de cana na Zona da Mata do estado.
De acordo com depoimentos de alguns produtores, que afirmam que a estiagem é a pior dos últimos 20 anos, a perda nas plantações pode chegar à 70%. E como consequência, diversos canavieiros já foram dispensados dos serviços. Além disso, outros trabalhadores ligados a cadeia de produção de derivados de cana da região também se mostram bastante preocupados.
De acordo com Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), as cidades mais atingidas pela estiagem foram: Nazaré da Mata, Glória do Goitá, Tracunhaém e Lagoa de Itaenga. Veja o que disse Alexandre Andrade, presidente da AFCP:
As chuvas foram mal distribuídas e o pessoal precisa ser demitido antes do tempo. O trabalho na entressafra já tem um volume menor e, com essa estiagem, o pessoal que trabalha no campo está sendo demitido antes do tempo.
Infelizmente, as previsões de chuva para os meses vindouros não animam. No mês de março, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) publicou um prognóstico que prevê que, entre os meses de abril e junho deste ano, as chuvas na região continuarão escassas. De acordo com o relatório, o índice pluviométrico será abaixo da média climatológica.
Para se ter uma ideia do tamanho das perdas na produção de cana no estado, a safra 2015/2016 resultou no corte de 11,6 toneladas, a pior nas duas últimas décadas. E para a próxima safra (2016/2017), as expectativas também não são nada animadoras.
Irrigação pode ser a salvação
Para Alexandre Almeida, a irrigação das plantações de cana da região representa solução para evitar perdas ainda maiores. Entretanto, ainda segundo Alexandre, tal saída esbarra no alto investimento necessário e, além disso, não garante o corte de plantas saudáveis.
As plantas que estão conseguindo se desenvolver não têm tanto potencial quanto aquelas que receberam irrigação desde a fase da socaria. A irregularidade das chuvas acaba diminuindo a capacidade de extração
garantiu o presidente da AFCP.
Fonte: G1