Irrigação Residencial: Poço, Cisterna ou Água da Rua?
Neste artigo vamos tratar de uma questão comum (e super importante) sobre a alimentação e abastecimento de água de um sistema de irrigação residencial automático: utilizar alimentação via poço, cisterna ou água da rua?
Por esse motivo trazemos na sequência uma breve explicação de cada um destes sistemas de abastecimento, descrevendo suas principais vantagens e desvantagens.
Poço Poço Artesiano, Semi Artesiano e Poço Caipira
Antes de esclarecer sobre este tipo de extração / alimentação de água, vamos as diferenças entre os termos:
- Poço Artesiano: tubular, profundo e vertical, realiza a extração de água com boa pressão e vazão de forma natural, sem a necessidade de sistema de bombeamento. Popularmente os poços com mais de 60m de profundidade também são chamados de artesianos;
- Poço Semi Artesiano: trata-se daquele poço que, após a perfuração, necessita do dimensionamento e instalação de um sistema de bombeamento para pressurizar a água de forma que chegue até o reservatório ou alimentação direta da residência. Normalmente este tipo de poço tem entre 20 e 60m de profundidade;
- Poço Caipira: tipo de poço raso, de até 20m de profundidade, que tem como principal característica ter sido perfurado manualmente. Também é chamado de cacimba.
Uma vez conhecidos os principais tipos de poços, partimos para as vantagens e desvantagens. Entre os fatores positivos, podemos considerar a simultânea economia com conta de água e abundância na alimentação / fornecimento.
Em contrapartida, como fatores desfavoráveis temos que considerar os custos com estudos prévios e a execução da perfuração, com bombeamento no caso do semi artesiano (clique aqui e confira modelos de bombas), de um reservatório que normalmente é necessário para armazenar a água, além do risco de se obter água com muitas impurezas, especialmente ferro, o que dificulta muito o processo de filtragem.
Cisterna
Consiste na principal solução residencial para captação de água da chuva na atualidade. Pode ser projetada especificamente para uma determinada residência e construída em alvenaria ou pode ser obtida por meio de modelos comerciais com volume padronizado e de material plástico.
As cisternas de maior porte em geral – em torno de 10.000L de capacidade – são enterradas para evitar a incidência de luz solar, o que, por consequência, ajuda a previnir a proliferação de algas e outros micro-organismos.
Em muitas residências na saída da cisterna é montado um conjunto de sistema de pressurização com bomba e sensor, de forma que sempre que os pontos de torneira são abertos a pressão cai e, assim que atinge o mínimo configurado no pressurizador, a bomba é acionada, aumentando assim a pressão até atingir o máximo, quando o sistema recebe o comando para ser desligado novamente.
Nestes casos é super recomendado que o sistema de irrigação possua um sistema de bombeamento próprio e independente do sistema de pressurização dos pontos de torneira, dimensionado de acordo com as demandas específicas de vazão / pressão das regas.
É importante mencionar ainda que o a cisterna deve possuir um sistema de alimentação de água da rua, de preferência automatizado com boias elétricas, de forma que sempre o reservatório atingir volumes mínimos de água nas épocas de estiagem a cisterna seja reabastecida pela água da rua, mantendo os níveis para atender a demanda da irrigação e dos pontos de torneira.
- Vantagens: economia na conta de água em boa parte ano, consumo sustentável e inteligente do recurso hídrico, manutenção simples e prática;
- Desvantagens: custo de instalação, especialmente nas cisternas enterradas ou nas construídas em alvenaria. Também deve-se considerar os gastos com o conjunto de bombeamento do sistema de irrigação alimentado pela cisterna.
Água da Rua
Consiste na alimentação do sistema de irrigação diretamente pela água da rua, ou seja, da companhia responsável pelo abastecimento do município. Indica-se esta tipo de alimentação para residências que não possuem cisterna e cujos jardins são menores, com muitas áreas de canteiro e pequenos trechos de grama, além de pontos de hidráulica em todos os recortes do paisagismo.
- Vantagens: custo de implantação do sistema de irrigação reduzido (desde que haja boa pressão nas torneiras), uma vez que não há sistema de bombeamento;
- Desvantagens: não haverá economia na conta de água, pelo contrário, os custos devem aumentar por conta da irrigação, especialmente nos períodos de muito calor e poucas chuvas
Conclusão
Se analisarmos sob do ponto de vista do custo/benefício de implantação e também levarmos em conta o consumo mensal, sem dúvidas a cisterna ou reservatório é a melhor opção. Isso porque seu custo de instalação será inferior ao envolvido na perfuração de um poço artesiano, além de resultar numa despesa mensal de conta de água reduzida comparada com a do abastecimento da rua.
É importante reforçar, no entanto, que a decisão não leva em conta apenas o fator da relação custo/benefício mencionada, também deve-se considerar realizar um estudo prévio ou projeto para avaliar qual a demanda de água para ser reservada, vazão necessária, se há espaço disponível na residência e outras características da obra, sem esquecer do principal, se está dentro do budget disponibilizado pelo proprietário para a solução.
Em muitas propriedades a cisterna já faz parte do projeto, independente de ter ou não sistema de irrigação. Em outros casos, muitas vezes em chácaras ou espaços maiores, o poço com fornecimento de água abundante simplesmente já está lá ou faz parte do escopo inicial.